Domingo (09/02), às 10h30, o Bloco da Esquina realiza mais um ensaio aberto para o público na Autêntica, no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte. A banda, comandada por Renato Muringa; a bateria e o coral, sob a regência de Analu Braga e Bárbara Barcellos, respectivamente, irão se juntar nos últimos preparativos, mirando o grande cortejo que, tradicionalmente, acontece no domingo de Carnaval.
Este ano, o Bloco da Esquina irá homenagear as crianças, representadas pela emblemática “Bola de Meia, Bola de Gude”, canção de Bituca. Mais um desfile está sendo preparado com muito carinho pelo bloco, que vai oferecer surpresas na avenida. A cantora Lívia Itaboray vai integrar a banda, fortalecendo o vocal feminino ao lado de Bárbara Barcellos.
Seguindo a experiência vivida na folia passada, os tambores mineiros seguem incorporados na bateria do Bloco, batizada de “Fé Cega, Faca Amolada”, oferecendo um verdadeiro encontro com as raízes mineiras.
Bloco da Esquina
O Bloco da Esquina surgiu em 2013 durante uma brincadeira entre os músicos Renato Muringa e Mário Jaymowich. Com um cavaquinho e um pandeiro nas mãos, a dupla começou a tocar canções do Clube da Esquina, movimento cultural da década de 1970, em ritmo de pagode. O Carnaval de Belo Horizonte começava a ganhar fôlego com o aparecimento de bloquinhos, sobretudo, no tradicional bairro de Santa Tereza. Em 2013, não tiveram dúvidas e fizeram com que as canções do Clube da Esquina caíssem no samba.
Mas o desafio foi grande, afinal, a ideia era montar um repertório que combinasse a batucada carnavalesca com a melodia indefectível, eternizada por nomes como Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, Fernando Brant, entre outros. “Escolhemos músicas cujas estruturas não seriam tão modificadas em ritmo de carnaval”, diz Renato Muringa, compositor e multi-instrumentista. O resultado já pôde ser conferido no primeiro desfile do Bloco da Esquina. Canções emblemáticas como Maria, Maria; Um girassol da cor de seu cabelo; Nos bailes da vida e o Trem Azul foram carnavalizadas. E os foliões, é claro, aprovaram. Logo na estreia no Carnaval de BH, o público pôde conferir o hino do bloco, de autoria de Muringa e Jaymowich.
Inicialmente, o bairro escolhido para os desfiles não poderia ser outro: Santa Tereza, berço do Clube da Esquina. Pelas ruas de Santê, o Bloco da Esquina pediu passagem e abriu as portas para a alegria. Na bateria, comandada pela percussionista Analu Braga, já imperava a democracia de instrumentos com caixa, repinique, surdo, agogô, tamborim, xequerê, entre outros.
O Bloco da Esquina saiu também nas edições seguintes do Carnaval, em 2014 e 2015, com uma média de público de 2.000 a 3.000 pessoas. Em 2016, por questões pessoais dos organizadores, o Bloco não foi para as ruas. Mas o apelo popular foi um dos grandes motivadores para que o trabalho fosse retomado no ano seguinte, com proposta mais sólida e participativa, o que gerou a necessidade de maior organização pré-carnavalesca.
Desta forma, foi montada uma grande banda com músicos profissionais, com ensaios regulares. Em 2017, portanto, foi o ano em que o bloco desfilou pela primeira vez com um mini trio elétrico, que foi possível pelo auxílio financeiro da Prefeitura de Belo Horizonte.
Foi também neste ano que ícones do Clube da Esquina, dentre eles Toninho Horta e Lô Borges, se aproximaram do Bloco, incentivando a proposta e participando como convidados em alguns shows da banda, é o caso também de representantes da segunda geração do “Clube” como Gabriel e Ian Guedes, filhos de Beto Guedes; e Rodrigo Borges, filho de Marilton Borges e sobrinho de Lô.
Com o crescimento do carnaval da cidade, o bloco decidiu pela descentralização. Com grande demanda por espaço no bairro de Santa Tereza, em 2019 a cortejo foi para outras esquinas e o desfile aconteceu no bairro da Graça, na região Nordeste, onde o bloco também possui identificação com seus moradores.
Em 2020, a festa, a maior até então do Bloco da Esquina, aconteceu novamente no bairro da Graça, com o tema “Qualquer maneira de amor vale a pena”. Com o apoio financeiro e operacional da Belotur, cerca de 5 mil pessoas compareceram ao cortejo. Até uma lojinha virtual com itens com a marca registrada do bloco foi inaugurada. Em 2021, quando a pandemia impediu a folia nas ruas de todo o país, o ambiente online também serviu de palco para o Bloco seguir com a festa. Inspirados pela música “Nada será como antes”, integrantes da bateria gravaram de suas casas o batuque, sob orientação da regente Analu. E o resultado pode ser conferido nas redes sociais do grupo.
Em 2023, o Bloco retornou às ruas, aliás, para a avenida dos Andradas, com o tema “Sonhos não envelhecem”. Ainda no ano que passou, a banda do Bloco viveu um momento muito especial, pois dividiu o palco com Lô Borges, na celebração dos 80 anos do Conjunto Moderno da Pampulha, em julho.
Ano passado, o grupo alcançou um novo patamar. Ele integrou em janeiro o 1º Ensaio Geral do Carnaval, quando desfilou na avenida Andradas, desta vez, com estrutura nova de sonorização. Com o tema “Marias, Marias”, celebrando as mulheres, o Bloco fez um cortejo memorável também no domingo de carnaval.
SERVIÇO
Ensaio Aberto – Bloco da Esquina
09/02 (domingo) – 10h30 às 13h30
Local: Autêntica (rua Alvares Maciel, 312, Santa Efigêni